quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Lua

Desejei-te toda a minha vida. Ao fim de 17 anos pude ter-te.
Quando chegaste às nossas vidas eras pequena e arisca. Destruías tudo o que encontravas. Fazias-nos rir. Primeiro pensámos chamar-te Flor, mas logo soubemos que Lua era o nome perfeito para ti. Tinhas um lado lunar que durava poucos segundos. Deitavas-te aos nossos pés, sorrateira, e cumprimentavas-nos com um olhar de ternura.
Quando sabias que tinhas feito algo mal, os teus olhos denunciavam-te. E logo vinhas encher-nos de mimos.
Ano após ano, sempre que passavas 15 dias sem nós fazias questão de nos mostrar as tuas saudades, zangada, para logo de seguida nos receberes com saltos e lambidelas.
Agora foste-te, da forma mais ridícula possível. O veneno, esse veneno que te correu nas veias, não te corroeu a alma. Quase a morrer, com passos vagarosos, ainda arranjaste força para te viveres despedir da mãe. Morreste-lhe aos pés entre festinhas e lágrimas. Um último adeus.

Já não me despedi de ti. Chorei compulsivamente. Nunca vou esquecer o carinho incondicional e a alegria que nos deste.

Serás sempre a primeira.

Saudades.

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